terça-feira, 25 de setembro de 2012

Antes que seja tarde





Prometi a uma grande amiga que escreveria no meu blog a respeito dela, todas as vezes que nos encontramos ela pergunta: “já escreveu no seu blog sobre mim?”. Na verdade acho que ela quer saber como a vejo, por esse motivo demorei tanto a escrever.

Conheci essa amiga a mais ou menos vinte anos, é uma pessoa muito conservadora, séria, de poucos amigos, mas é conselheira, amiga e fiel. Mas o que realmente me chamou atenção a respeito dela é que ela costumava sempre me dizer uma frase: “quando eu era criança gostava de dançar, queria ser bailarina” escrevendo até chego a ouvi-la falando isso. Quando a conheci era ainda jovem e sempre a incentivei para que entrasse em uma aula, até me prontifiquei a ir com ela, mas sempre ela dava uma desculpa que já era tarde demais e que o tempo já havia passado. Os anos foram passando, e hoje depois de vinte anos ela continua com a mesma frase, aliás, a frase mudou um pouco para: “a coisa que me arrependo é de não ter sido bailarina, gostava tanto de dançar!”. Mais uma vez me prontifiquei em entrar numa aula de dança com ela e a resposta foi a mesma: “já é tarde, meu tempo já passou”.

Escrever sobre uma amiga é muito delicado, mas vamos lá, o que acontece é que talvez ela gostasse mesmo de dançar, mas o medo paralisou sua vida, não sendo uma desculpa para desistir de tudo o que sempre quis. Ela precisaria quebrar regras, fazer loucuras por amor, dizer o que pensa, falar bobagens, tirar brincadeiras sem graça como muitas vezes faço e principalmente dar muitas gargalhadas da vida, dos erros e dos acertos. Mas para ela é muito difícil, porque a prisão que ela se colocou é um muro muito alto e inalcançável. Ela é prisioneira dela mesma, além do medo e o preconceito, o que ela achava que iriam pensar dela falou mais alto.

Sinceramente não sei se em algum momento ela chegará a tomar uma decisão, acho difícil, mas se ela resolver tomar coragem, independente do que seja, vou dar todo o meu apoio.

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